sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ricardo Teixeira é envolvido em escândalo de propina


Documentos foram obtidos pela Agência Estado de uma corte na Suíça confirmando que cartolas da Fifa confessaram que receberam dinheriro na década de 90. Essa informacao foi revelada em audiências diante do juiz da cidade de Zug, em um caso fechado no ano passado. Os envolvidos no caso negam envolvimento criminal mas infelizmente não negaram ter recebido o dinheiro. A corte não publica os nomes devido a um acordo que houve no encerramento do processo

            Acontece que essa informação não conseguiu ficar debaixo dos panos por muito tempo, a BBC anunciou que os envolvidos nesse episodio seriam o Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e o ex-presidente da FIFA, João Havelange. De acordo com a BBC, eles fecharam um acordo para impedir a publicação dos seus nomes. 

            A Fifa se recusa a comentar o caso, alegando que o caso já está encerrado. De acordo com o site http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/escandalo-de-propina-envolve-ricardo-teixeira/182303 há dez anos, a Justiça suíça decidiu abrir investigações para determinar a causa da falência da ISL, empresa de marketing da Fifa, e descobriu que parte do dinheiro que passava pela empresa tinha como função o pagamento de subornos. Nos documentos do processo, executivos da ISL também confirmaram que haviam feito os pagamentos para garantir contratos de marketing e para as Copas do Mundo. Nos anos 90, porém, receber subornos não era crime na Suíça e, por isso, o documento do tribunal insiste que "os acusados negam responsabilidade criminal".

            Em 2002, Thomas Bauer, responsável pela liquidação da ISL, resolveu averiguar a veracidade dos fatos, e constatou que existia mesmo o pagamento da propina, consequentemente ele comunicou 20 membros da FIFA para devolverem o dinheiro e no final de tudo foi tudo acertado em um acordo. Os envolvidos pagaram US$ 2,5 milhões e o caso foi encerrado.

            Depois de um tempo, o MP Suíço decidiu avaliar justamente os recipientes do dinheiro, baseado nos documentos que já haviam sido levantados nos dois últimos casos. Em junho de 2010, a Corte de Zug finalmente chegou à conclusão que as propinas existiram.

            O que nos leva a seguinte pergunta: que direito essas pessoas tem de aceitar propina, mesmo eles sabendo que isso é errado? Tudo isso gera uma série de duvidas a respeito da credibilidade dessa organização.Mas do ponto de vista filosófico, essa é uma questão muito simples, se isso não é permitido por lei, e nenhum cidadão pode fazê-lo, por que eles fazem? Entao como uma conclusão, se a sociedade não pode, esses representantes também não podem.Infelizmente, essas pessoas têm influências suficiente para colocar essa situação debaixo dos panos e acalmar tudo, e é nosso dever não permitir isso e punir os indivíduos de acordo com a lei.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fenômeno Lã Nina e divisão do Estado do Pará



Fenômeno La Niña deve desaparecer até junho
(06/06/2011)

NOVA YORK (Reuters) - O fenômeno climático La Niña, que foi o pior em uma década e visto como responsável pelas enchentes devastadoras na Austrália, deve desaparecer completamente até junho, informou nesta quinta-feira o Centro de Previsão Climática (CPC) dos Estados Unidos.

"A maioria dos modelos (climáticos computadorizados) preveem o retorno às.. (condições) neutras" até o verão do hemisfério norte, disse o CPC, divisão da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA, em seu comunicado mensal.
O La Niña, irmã menor do fenômeno El Niño, é o resfriamento anômalo das águas do oceano Pacífico Equatorial e é responsável por grandes mudanças climáticas na região da Ásia-Pacífico.

O El Niño produz o efeito oposto, mas pode ser igualmente devastador. O La Niña de 2010/11 foi um dos mais fortes da última década.
Este La Niña foi culpado pelas secas no sul e sudoeste dos Estados Unidos, que afetou as safras de produtos agrícolas como trigo e outros grãos.

A agência climática da Austrália disse na semana passada que o La Niña estava perdendo força, e "o risco de que o fenômeno possa se retomar" foi reduzido.
Caso o La Niña continuasse no verão do hemisfério norte, provocaria mais tempestades na bacia do Atlântico e do Caribe, ameaçando plataformas de petróleo no Golfo do México.

http://www.globo.com.br/ (Reportagem de Rene Pastor)


 Divisão do Estado do Pará 


A grande extensão territorial do Pará tem sido um dos argumentos utilizados para uma divisão desse território e a consequente formação de dois novos estados, além do atual Pará: Tapajós e Carajás. Os defensores desse projeto alegam que em razão da extensão paraense, as políticas públicas não são realizadas com eficácia, e a redução dessa área proporcionaria administrações mais eficientes.

Outros estados brasileiros foram criados através da divisão de uma unidade federativa, como, por exemplo, o Tocantins (divisão de Goiás) e Mato Grosso do Sul (fragmentação do Mato Grosso).

Caso seja concretizada a fragmentação do território paraense, o estado de Carajás, localizado na porção sudeste, terá 285.000 quilômetros quadrados, cuja capital será a cidade de Marabá. A população dessa região é de aproximadamente 1,3 milhão de habitantes. Essa região apresenta grande riqueza mineral (minério de ferro), além do desenvolvimento da pecuária.

O estado de Tapajós, por sua vez, terá 722.000 quilômetros quadrados, sendo, portanto, o mais extenso. Apesar de compreender a maior área do Pará, essa região é a menos populosa: cerca de 1 milhão de habitantes. Sua capital será a cidade de Santarém. Essa região apresenta pouco desenvolvimento econômico, composta por grandes áreas preservadas e muitos rios.

Restariam cerca de 240.689 quilômetros quadrados para o estado do Pará, sua população seria reduzida para aproximadamente 5,2 milhões de habitantes.
Opositores a essa divisão argumentam que esse processo geraria gastos desnecessários para a União e que essa proposta é uma estratégia política, pois 3 novos cargos de senadores e 8 de deputados seriam proporcionados para cada um desses novos estados.
Outro aspecto negativo alegado refere-se à economia dessas novas unidades federativas, visto que a região de Tapajós possui grandes áreas florestais, sendo proibido o desmatamento, além de reservas indígenas e áreas de conservação integral. No entanto, os defensores dessa divisão alegam que Tapajós possui grande potencial econômico, através da expansão da fronteira agrícola.

Caso seja aprovado o projeto de divisão do Pará, um plebiscito será organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TER) paraense. Essa votação está prevista para 2011, caso seja aprovada, o Pará não será afetado somente no espaço físico, mas também nos aspectos administrativos e socioeconômicos.


Vídeo: História das Coisas - Annie Leonard


Qual a origem dos produtos que compramos e para onde vão quando os descartamos?

Annie Leonard, crítica o mercado de consumo, onde é o principal causador da exploração de recursos naturais como também extinção de florestas e animais! O sistema é linear, vai da extração á produção e posteriormente da distribuição e disposição (economia dos materiais), entretanto, essas etapas entram em crise porque vivemos em um planeta finito indefinidamente onde o sistema interage com o mundo real (sociedade, culturas, economias e meio ambiente). Na verdade, deveria haver um limite, pois as pessoas estão usando e abusando de recursos naturais, e cada vez mais descartando mercadorias e produtos relativamente novos, apenas pelo simples desejo de adquirir algo mais moderno influenciados pela mídia (propagandas) que induzem o consumismo em larga escala, sem necessidade.

Em relação á produção, a energia é usada para misturar reagentes químicos com naturais e transformar em produtos, como travesseiros, roupas, eletrônicos, etc. gerando conseqüências para a saúde, pois estamos em contato direto com esses objetos ‘contaminados’ (embora não haja precisão na quantidade de toxinas, sabe-se que há circulação destes no interior das indústrias). A produção em massa causa erosão e poluição no meio ambiente, mas garante a oferta constante de emprego para pessoas de baixa renda. As indústrias mantêm os preços baixos para a população continuar comprando seus produtos, sendo assim, garantem a movimentação do inventário (explorando trabalhadores e pagando pouco para seus funcionários) = Ciclo

A chamada Seta Dourada, é o coração do sistema capitalista, onde nós mesmos o mantemos através das compras. No EUA, 99% dos produtos são descartados em seis meses, como podemos administrar um planeta com tanto material jogado fora? A conseqüência de tudo isso, além das citadas no começo deste fichamento, são pessoas infelizes e fúteis, pois gastam mais horas no shopping do que com amigos e família. Todo lixo produzido vai para aterros sanitários ou são incinerados, mais de qualquer jeito degradam a natureza.

Isso tudo é um ciclo do qual parece não ter fim, entretanto, há uma saída lógica: começando pela reciclagem, reduziria o lixo mais não seria apenas o suficiente! Existem pessoas trabalhando em prol das floretas, dos direitos trabalhistas, do comércio solidário, do bloqueio aos aterros, lutando pelo governo para o povo, ou seja, a nação progredirá quando houver conscientização dos fatos, sustentabilidade, equidade e união para reivindicar e transformar esse ciclo em algo novo e melhor, onde não prejudique e nem desperdice absolutamente nada!

Texto de: Livia Lavorato

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Diferenças raciais em jogos

Segundo o assesor da imprensa da seleção da França, o treinador atual, Laurent Blanc, se ofendeu ao ser acusado de ter aceitado uma medida dizendo que havia uma limitação secreta de "30% no número de negros e árabes entre 12 e 13 anos nos centros de formação e escolinhas de futebol no país". A minístra disse que abrirá uma investigação contra a Federação Francesa de Futebol (FFF) porque ofensas como estas não pode interferir no esporte e garantiu que todos os jovens serão oferecidos a mesma oportunidade. 
Dizem que os seis jogadores negros se manisfestaram por não sentir-se à vontade entre os demais jogadores mas nenhum confirmou algo parecido. É interessante ressaltar que estas diferenças so vieram à tona depois que a seleção foi eliminada logo na primeira fase da Copa do Mundo de 2010 e que, por outro lado, todos parecem ter esquecido que a seleção de 1988 tinha jogadores tão distintos étnicamente como esta e mesmo assim, levou o título de campeã do mundo para casa. 


Seleção Francesa 1988










Afinal, Desde quando o esporte tem espaço para discriminaçao racial?


Para mais informações, acesse o site da UOL: http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/04/29/ministra-pede-inquerito-sobre-suposta-cota-racial-no-futebol-frances.jhtm



Já temos quase 4 milhões de concorrentes!!

Como muitos sabem, o Enem é usado como exame de seleção por muitas faculdades de alto nível educacional pelo Brasil inteiro. É usado também para conseguir bolsa de estudos pelo ProUni e para conseguir o certificado da conclusão do Ensino Médio, caso não tenha tido a oportunidade no passado.

As inscrições estão abertas até sexta, ou seja, faltam apenas 4 dias para acabar o prazo de inscrições, portanto não percam esta oportunidade! O pagamento da inscrição pode ser realizado até dia 13 de junho no Banco do Brasil

Para fazer inscrição, acesse o websitehttp://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao/




sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os bilhetes de Getúlio

   No dia do aniversário de 55 anos da morte de Getúlio Vargas, o jornal Folha de S.Paulo revela o paradeiro de 454 bilhetes escritos pelo ex-presidente para o seu chefe da Casa Civil, Lourival Fontes, em 1951. São mensagens que Vargas enviou a seus ministros e funcionários durante os quatro anos em que governou o país como presidente eleito democraticamente, entre 1951 e 1954. 
   Os documentos fazem parte de um grande acervo de mensagens que Fontes guardou para a posteridade. Em 1966 ele revelou a existência desse arquivo para o repórter Glauco Carneiro, da revista O Cruzeiro, mas o conteúdo dessas mensagens permaneceu desconhecido, por iniciativa do próprio Fontes. 
   Em 1967 o ex-ministro de Vargas morreu e confiou a guarda dos bilhetes ao ex-governador de Sergipe, Lourival Baptista, solicitando que as mensagens só fossem tornadas públicas depois de 40 anos. Expirado o “período de quarentena”, o filho do sergipano Lourival Baptista, o psiquiatra Francisco Baptista Neto, finalmente mostrou ao jornalista Marcos Strecker, da Folha, os bilhetes de Getúlio. Trata-se de uma documentação importante justamente porque ajuda os pesquisadores a conhecerem melhor um Vargas distante dos estereótipos construídos em torno de sua figura. 
   O Getúlio que surge desses bilhetes não é o personagem mítico criado pela propaganda do Estado Novo nem o caudilho autoritário pintado por seus adversários. É o administrador público eleito democraticamente, despachando assuntos do cotidiano, longe dos holofotes. O fato de se tratarem de mensagens privadas, que não tinham qualquer intenção de propaganda, talvez ajude os pesquisadores a compreender melhor essa figura ambígua que ainda desperta paixões entre as mais variadas correntes ideológicas.

Um brinde à Revolução Francesa!

Durante toda sua vida, Friedrich Hegel (1770-1831)(Foto), um dos maiores filósofos alemães do século XIX, reuniu os amigos no dia 14 de julho de cada ano para brindar à Revolução Francesa. O ritual não era uma mera extravagância do pensador. De acordo com a sua concepção de história, a queda da Bastilha marcava o início de uma era em que a liberdade, finalmente, havia conseguido se sobrepor às várias formas de tirania que dominaram o espírito humano ao longo dos séculos.
É claro que, vista a partir de hoje, a posição de Hegel pode ser considerada bastante ingênua. Há muito tempo sabemos que a Revolução Francesa não foi o triunfo final da liberdade nem a libertação completa da humanidade. Muitos pensadores, desde então, denunciaram as mazelas do movimento - os excessos do Terror, a substituição da nobreza pela burguesia como classe opressora, etc -, mas o gesto de Hegel continua válido. 
Apesar de todas as suas limitações, o movimento iniciado em 14 de julho de 1789 mostrou ao mundo que o privilégio, por mais entranhado que esteja em uma sociedade, nunca será capaz de resistir à ação de um povo que decide tomar a história em suas mãos. Isso se aplica à França do século XVIII, se aplicava à Alemanha de Hegel e certamente se aplica ao Brasil atual. É por isso que hoje é um dia para se comemorar. Um brinde à Revolução Francesa!  

Pesquisadores descobrem o gene da dor


Um grupo formado por cientistas de várias nacionalidades identificou o gene responsável pela suscetibilidade à dor crônica, abrindo novas perspectivas de tratamento desse mal que afeta cerca de 20% dos adultos em todo o mundo e pode variar da dor de cabeça persistente, dor nas costas, dor da artrite e até mesmo dores psicogênicas. Embora se saiba que algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras a esse desconforto crônico, ninguém sabia as razões disso. Agora, pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, da Universidade de Toronto, do Canadá, da Sanofi-Aventis, da Alemanha, e do Centro de Biologia Oral do Instituto Karolinska, da Suécia, acreditam ter encontrado a resposta na genética. “O significado imediato é a consciência de que as diferenças na percepção da dor podem ter uma predisposição genética”, diz o professor Ariel Darvasi Alexander Silberman, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Hebraica. “A descoberta pode fornecerinsights para o tratamento da dor crônica com mecanismos até hoje não pensados”.  Em um relatório publicado na semana passada na Genome Research, Darvasi e seus colegas identificaram uma região do cromossomo 15 do rato que provavelmente continha uma ou mais variantes genéticas que contribuem para a dor. Eles identificaram o gene Cacgn2 como o provável candidato. Em experimentos com ratos, os pesquisadores confirmaram que o Cacgn2 tem um papel funcional na dor. Para saber se a versão humana do gene também tem algum um papel na dor crônica, os cientistas analisaram um grupo de pacientes com câncer de mama que apresentaram dor crônica mais de seis meses depois de terem sido submetidas à remoção ou remoção parcial da mama. Descobriu-se que as variações genéticas do Cacng2 foram significativamente associadas a essa dor crônica.
Mais informações no link:



quinta-feira, 2 de junho de 2011

O gene da impulsividade

Pesquisa com presidiários descobre mutação que pode predispor a ter atitudes impensadas, principalmente quando associada a outros fatores como uso de álcool
Todas as pessoas, até mesmo as mais calmas, perdem o controle em algum momento. Nessas situações, geralmente tomam atitudes irrefletidas e exageradas que podem causar frustração, arrependimento e culpa. Um estudo recente feito na Finlândia com 96 presidiários demonstrou que a impulsividade excessiva, deflagrada pela irritação momentânea, pode ser provocada, pelo menos em parte, por uma mutação genética. Segundo a pesquisa, publicada na Nature, a alteração ocorre no gene HTR2B, um neurotransmissor receptor de serotonina que participa do processo de controle das reações em momentos de tensão. Para chegar a essa conclusão os cientistas sequenciaram o DNA de condenados por crimes violentos e compararam com o material genético de voluntários. Como esperado, a mutação denominada HTR2B Q20 se mostrou três vezes mais presente entre os presidiários – aparecendo em 17 deles. Os presos cometeram em média cinco atos brutais, sendo que em 94% dos casos eles estavam sob influência de bebidas alcoólicas. Os crimes iam desde reações agressivas a ocorrências sem maiores consequências, sem premeditação ou ganho financeiro. Apesar dessa descoberta, os pesquisadores ressaltam que apenas a presença da HTR2B Q20 não é suficiente para provocar ou prever o comportamento impulsivo. A interação com outros fatores como níveis de estresse e influência de entorpecentes deve ser levada em conta ao se discutir o tema.


Fonte

A Independência Decifrada

Todo mundo conhece a história básica da fundação do Brasil como país soberano, pela iniciativa de D. Pedro I.
Mas o que houve por trás da arrojada decisão do então príncipe regente, no 7 de Setembro de 1822?

O roteiro da Independência do Brasil está na cabeça de todos os estudantes brasileiros. Nossos livros didáticos reproduzem uma sequência de fatos estabelecida há quase dois séculos: a fuga da família real portuguesa para o Novo Mundo em 1808, a elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815, a Revolução Pernambucana de 1817, a Revolução Liberal de 1820 e a tentativa de “recolonização” da América portuguesa pelos deputados reunidos nas Cortes de Lisboa. O desencadeamento natural desses acontecimentos foi o rompimento definitivo concretizado com o Dia do Fico, o grito de independência do príncipe D. Pedro e as lutas que se seguiram em algumas províncias do Império do Brasil. Mas até que ponto pesquisas recentes não mudaram essa interpretação? O que os estudiosos de hoje sabem que pode transformar nosso olhar em relação ao processo de Independência?

Há dois anos, o aniversário da chegada da família real ao Rio de Janeiro contribuiu para redimensionar a imagem de fugitivos ainda associada ao príncipe D. João e seus familiares. A enxurrada de reedições de livros e as novas pesquisas sobre o período demonstraram que a decisão de transferir a corte para o Novo Mundo, tomada pelo Conselho de Estado na noite de 24 de novembro de 1807, não foi um ato impensado de puro desespero.

A decisão foi resultado da falência da tradicional política externa de neutralidade que a Coroa portuguesa continuou a trilhar, incapaz de compreender inteiramente as novas nuances ideológicas dos anos que se seguiram à Revolução Francesa e a expansão napoleônica. Também foram decisivos o temor da perda de seu império ultramarino para o poder econômico e naval britânico e a ideia de que a violação da pessoa real significava um ataque aos próprios fundamentos do poder instituído.

São inegáveis os avanços que a corte trouxe para o Rio de Janeiro e os territórios do centro-sul da América portuguesa. A abertura dos portos, concretizada e aprofundada com os acordos assinados com a Grã-Bretanha em 1810, abriu novos mercados para os produtos brasileiros e aumentou a prosperidade econômica. A presença da família real agitou a vida cultural carioca com novas formas de divertimento (a música, o teatro), com novidades como o estabelecimento da imprensa e a criação de instituições científicas como o Jardim Botânico e a Biblioteca Real. Também foram reproduzidos na capital fluminense os órgãos superiores de administração até então baseados em Lisboa, o que levou ao surgimento de uma burocracia estabelecida e com interesses nos trópicos.

Mas não devemos esquecer que essa elevação teve como motivo imediato uma razão mais oportunista. Com a derrota definitiva de Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo (em 18 de junho de 1815), os países vitoriosos se reuniram no Congresso de Viena para redesenhar o mapa político europeu. A ideia dos diplomatas presentes era restaurar a ordem geopolítica que reinava antes dos acontecimentos que, sucederam à Revolução Francesa. Estavam representadas as principais potências do momento: Inglaterra, Rússia, Áustria, Prússia e a derrotada França.

Essa situação era injusta para Portugal, que atuou ativamente na derrota do exército francês na península Ibérica. Como forma de tentar aumentar sua representação, durante o congresso começaram as negociações para o casamento entre o príncipe D. Pedro e a arquiduquesa da Áustria, D. Leopoldina Carolina Josefa de Habsburgo.

No plano da política internacional a união era uma jogada de mestre. O jovem príncipe tornava-se genro do imperador austríaco Francisco I, um dos líderes da Santa Aliança e da reação conservadora que dominava a Europa. A união das dinastias de Bragança e Habsburgo consolidava a monarquia instalada na América e fortalecia ainda mais o sistema monárquico na Europa. O matrimônio foi realizado por procuração em 13 de maio de 1817.